sexta-feira, 29 de outubro de 2010

TRETA NO TRÂNSITO

Com certeza o automóvel é o melhor meio de transporte do mundo. É prático, é rápido e o melhor, é de fácil aquisição. Hoje em dia todo mundo tem, com isso todos saem ganhando, desde o pedreiro, que trabalha na ampliação de garagens, ao garotão, que utiliza o Fiat 147 do seu pai como arma de sedução.

Existem inúmeros modelos que vão desde o calhambeque à mercedes-benz SLK (opa! Acabou de sair outro modelo), então existem inúmeros modelos que vão do calhambeque à ferrari F430 (droga! Acabaram de criar outro modelo). Desisto!

Sem sombra de dúvida o carro é uma paixão nacional, atrás apenas da cerveja, futebol e mulher. Mas se engana o pobre mortal que acredita que sem carro ele irá conseguir mulher, cerveja e futebol.

Porem o carro tem seu lado obscuro e tenebroso, pois ele é o maior responsável pelos males da sociedade. Desde as guerras no oriente médio geradas pelo petróleo ao humilde frentista pai de cinco filhos, que está enlouquecendo para tentar honrar as prestações do financiamento do seu fusca 74 azul calcinha.

O mundo seria um lugar melhor sem os carros. Não haveria acidentes e mortes no transito, que na grande maioria dos casos são causadas pelos homens ao cederem à sua esposa as chaves do carro. Não haveria poluição. Os viciados em gasolina teriam que se contentar com o Tiner. Iríamos ver genros e noras sempre contentes, pois as sogras levariam mais tempo para visitá-los. O sedentarismo se extinguiria, elevando a expectativa de vida para uns 268 anos.

Mas para ser franco isso é um sonho utópico, pois a sociedade não consegue mais viver sem o automóvel, ele se tornou algo vital. Assim como o celular, que há uns 15 anos atrás ninguém ouvia falar no bendito, hoje existem mais celulares do que pessoas e não conseguimos nos imaginar sem eles. Com o automóvel é a mesma coisa, nos tornamos sedentários naturalmente. Se vamos visitar o vizinho, vamos de carro. Se vamos à padaria, que fica a dois quarteirões, vamos de carro. Desaprendemos a andar.

Outro ponto que vale a nossa atenção é o de que se os carros deixassem de existir, haveria a formação de uma classe econômica emergente, que sem dúvida e dificuldade iriam dominar o mundo, eles são os atuais pedestre. São aqueles que travam uma árdua batalha diária com os automóveis, lutando por cada centímetro de rua. Esse confronto sangrento tem gerado vitimas (90% dos atropelamentos envolvem pedestres) e a morte de inocentes (os outros 10% dos atropelamentos ficam por conta dos cachorros).

Podemos citar como exemplo dessa classe emergente, os agentes ambientais, vulgo catadores de papel, eles seriam a nata da sociedade, em vez de carregarem material reciclável carregariam pessoas em seus carrinhos, cobrariam os olhos da cara.


VILAS BOAS, Vitor.